sexta-feira, 26 de agosto de 2011

The effective FORTH innovation method

The effective FORTH innovation method

O Ponto Negro : Somma Blog

Flávio Lettieri
“Certo dia, um professor chegou na sala de aula e disse aos alunos para se prepararem para uma prova relâmpago. Todos acertaram suas filas, aguardando assustados o teste que viria.


Depois que todos receberam, pediu que desvirassem a folha. Para surpresa de todos, não havia uma só pergunta ou texto, apenas um ponto negro, no meio da folha. O professor, analisando a expressão de surpresa que todos faziam, disse o seguinte:
Agora, vocês escreverão um texto sobre o que estão vendo.
Todos os alunos, confusos, começaram, então, a difícil e inexplicável tarefa. Terminado o tempo, o mestre recolheu as folhas, colocou-se na frente da turma e começou a ler as redações em voz alta. Todas, sem exceção, definiram o ponto negro, tentando dar explicações por sua presença no centro da folha.
Terminada a leitura, a sala em silêncio, o professor então começou a explicar: ‘Esse teste não será para nota, apenas serve de lição para todos nós. Ninguém na sala falou sobre a folha em branco. Todos centralizaram suas atenções no ponto negro.
Assim acontece em nossas vidas. Muitas vezes temos uma folha em branco inteira para observar e aproveitar, mas quase sempre nos centralizamos nos pontos negros.
Por vezes, esquecemo-nos que a vida é um presente, repleto de oportunidades e insistimos em olhar apenas para os pontos negros que surgem no caminho!”
Essa possibilidade de escolher qual o valor ou significado que daremos aos fatos, acontece a todo instante nas nossas relações em casa, com os amigos, com os familiares e, de forma bem evidente, em nosso ambiente de trabalho.
Diante do mesmo fato, diante do mesmo cenário, alguns focam nas dificuldades, outros nas oportunidades.
Alguns enxergam problemas, outros vêem soluções, afinal: “Enquanto alguns choram, outros vendem lenços”.
Por isso, é sempre bom termos em vista que o juízo ou a interpretação que damos aos acontecimentos nada mais é do que uma escolha pessoal.
Nós escolhemos se queremos nos manter presos ao ponto negro ou se colocaremos o nosso foco, a nossa atenção, a nossa energia, em toda a folha que continua em branco e com infinitas possibilidades.
E, sem dúvida, ser capaz, ou fazer a escolha, de manter o foco na solução é uma competência pessoal e, cada vez mais, uma necessidade profissional.
Mas, o fato é que muitos profissionais não têm essa competência.
A pergunta é: ‘O que eu devo ou posso fazer se eu tenho essa limitação pessoal’?
A resposta está, mais uma vez, nas nossas escolhas.
Alguns preferem fechar os olhos e fazer de conta que o problema não existe. Outros decidem encaram o problema de frente.
Qual a melhor escolha?
Certamente não há uma escolha melhor ou pior, apenas aquela que nos torna mais realizados, mais felizes.
Afinal, nesse caso, ao escolhermos encarar o problema de frente, surge uma nova escolha.
Para alguns, perceber-se sem essa competência pode se tornar algo realmente assustador. Um grande ponto negro que parece aumentar de tamanho à medida que essas pessoas olham para dentro de si!
Já para aqueles que compreendem que as nossas competências não nascem prontas, mas, ao contrário, são desenvolvidas a partir de nossa reflexão e do olhar que dirigimos para dentro de nós mesmos, lidar com essa descoberta passa a ser um desafio.
Ou, em outras palavras, escolhem aprender a escolher a folha em branco ao invés do ponto negro. Decidem mudar, para melhor.
Uma das coisas mais maravilhosas em sermos livres para fazer escolhas é que podemos nos reinventar a cada momento.
A todo instante podemos nos transformar em alguém melhor, mais preparado, mais competente.
Aprender a enxergar os fatos sob a perspectiva da oportunidade, eis aí um bom desafio…

O que os bem-sucedidos fazem de diferente?


Venho de família de empreendedores e converso com muitos todos os dias. Já vi guinadas extremas em negócios, tanto para o bem quanto para o mal. Duas coisas garantiram a sobrevivência das empresas durante os momentos críticos de inflexão: a capacidade do empreendedor de assimilar as ‘pancadas’ e a habilidade de enxergar novos caminhos. São aspectos que não necessariamente dizem da qualidade do produto, da fatia do mercado ou do capital investido. São os aspectos subjetivos, como perseverança, capacidade de assumir risco, da constante auto motivação e do aprendizado pelo exemplo de outros, que interferem diretamente no andamento dos negócios.

É claro que apenas o aspecto pessoal não garante sucesso. É preciso conjugá-lo com todas as premissas clássicas que definem um bom negócio. Mas negócio nenhum mantém o crescimento se o empreendedor for descontrolado.


O que, então, garante o sucesso, em termos psicológicos e comportamentais? Há padrões que podem ser percebidos e aprendidos? A resposta é sim, segundo a psicóloga americana Heidi Grant Halvorson, autora do livro Succeed: How We Can Reach Our Goals. Em um texto escrito para a Harvard Business Review, ela elenca nove coisas que as pessoas bem-sucedidas fazem diferente do resto. Leia a lista e faça sua auto-análise:
1- Seja específico. Ao impor metas, seja o mais específico possível. Saber exatamente o que tem de ser alcançado mantém a motivação. Pense nas ações específicas que vão ajudar na realização de cada meta.
2- Não desperdice oportunidades. O homem moderno é um ser muito atarefado. Ele pratica uma espécie de malabarismo com as oportunidades. Ele pega uma, trabalha nela um pouco e a joga para o alto. Ele pega outra, trabalha nela outro tanto e a joga para o alto. Atingir os objetivos significa agarrar as oportunidades – as grandes e as pequenas – antes que elas escorram pelos dedos.
3- Saiba exatamente o quanto falta no caminho. Para atingir metas é preciso um monitoramento. Se você não souber o quão bem está indo, não conseguirá ajustar suas estratégias corretamente. Confira seu progresso com olhos rigorosos e diariamente, dependendo do objetivo.
4- Seja um otimista realista. Ninguém determina objetivos sem se envolver numa rede de pensamento positivo. Acreditar na capacidade de ser bem-sucedido é fundamental para criar e manter a motivação. Mas nunca subestime as dificuldades de atingir metas. A maioria exige tempo, planejamento, esforço e persistência.
5- Concentre-se em melhorar, não em ser bom. É importante a pessoa acreditar que tem a habilidade para atingir as metas, mas também importa muito que ela confie que é possível aprender a habilidade. A maioria das pessoas acredita que a inteligência, a personalidade e as aptidões são coisas fixas, que não podem ser melhoradas. O resultado: o foco nas metas se direciona a provar a própria capacidade, em vez de desenvolver e adquirir novas competências. Aceitar o fato de que é possível mudar e melhorar ajuda a fazermos escolhas melhores e atingir pleno potencial.
6- Seja firme. É a vontade de se comprometer com objetivos de longo prazo e persistir diante de dificuldades que distingue os bem-sucedidos. Pessoas sem essa “pegada” geralmente pensam que não têm as qualidades intrínsecas dos bem-sucedidos. “Está errado”, diz Heidi. O esforço, planejamento, persistência e boas estratégias são as chaves para o sucesso.
7- Malhe sua força de vontade. Seus músculos de autocontrole são como qualquer outro músculo em seu corpo – quando não é exercitado, fica flácido com o tempo. Mas quando é usado, cresce forte e mais adequado para ajudá-lo a atingir os objetivos.
8- Não jogue com as tentações. Não importa quão sólida se tornou sua força de vontade. É importante manter em perspectiva de que ela é limitada e, se você se sobrecarregar, vai acabar sem energia. Não tente tomar duas tarefas desafiadoras ao mesmo tempo. “Pessoas de sucesso sabem como não tornar as metas mais difíceis do que já são”, diz Heidi.
9- Foco no que vai fazer, não no que não vai fazer. Planeje como substituir seus hábitos ruins por outros bons. Tentar evitar um pensamento só faz com que ele fique ainda mais ativo na mente. Se você quer mudar seu jeito de ser, pergunte a si mesmo: em vez disso, o que posso fazer?
Artigo de Thiago Cid – Fonte PEGN

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O conto dos países inovadores

Ideias e Inovação – Época NEGÓCIOS » O conto dos países inovadores » Arquivo

15:29, 23/08/2011
CLEMENTE NOBREGA
Todo grupo humano- seja um país, seja uma empresa – tem um sistema operacional que define o que o grupo pode de fazer. Que características tem de ter o sistema operacional de um país para que ele seja capaz de inovar?
A lista que compilei tem elementos que estão presentes em lugares tão diferentes como Suécia, Japão e Estados Unidos, por exemplo. Como Tolstoi poderia ter dito, os países inovadores são ricos de maneira muito semelhante – têm sistemas operacionais que geram os mesmos efeitos. Países não inovadores, porém, são pobres cada um à sua maneira. Seus sistemas operacionais “dão pau” cada um do seu jeito.
  • - Se eu tivesse de resumir o que aprendi dos países que têm sistemas operacionais que promovem inovação, contaria a seguinte historinha:
-Nos países inovadores há um alto nível de confiança nas relações entre os indivíduos. Cooperação com base em reciprocidade é a norma mais arraigada nas relações sociais. Reciprocidade quer dizer: eu recebo proporcionalmente ao que dou. Alguém receber algo a que não faz jus não é tolerado, e não receber o que é justo em troca de uma contribuição legítima, também não é.
Quando a Enron foi para o brejo, a TV mostrou funcionários esvaziando gavetas aos prantos (por terem perdido empregos e fundos de aposentadoria) enquanto os chefões – que fraudaram e mentiram – saíam milionários. A raiva explodiu. O homem da rua, o pequeno José ou João (ou Joe) não entende de finanças, estratégias ou modelos de negócio. Precisa de autoridades que lhe orientem. Quando um cara chamado Kenneth Lay (ex-CEO da Enron), garantiu que ia torná-lo rico, Joe acreditou. Quando percebeu que foi traído, a raiva tomou conta. Kenneth Lay morreu semanas antes de ouvir sua sentença (que seria de 20 a 30 anos de prisão, no mínimo). O clamor público neste episódio pode ser comparado ao que ocorreu quando a TV mostrou o que, de fato, os EUA estavam fazendo no Vietnã. -Num país inovador a informação flui livremente. Há liberdade de comerciar e mercados livres. Mercados (regulados e controlados sempre que necessário) são essenciais. O que o colapso de grandes empresas têm mostrado, é que uma se pode até enganar seus reguladores, seus contadores, seus fornecedores, mas não se pode enganar o mercado. Ou a empresa dá um jeito de ganhar mais do que gasta ou vai desaparecer. Ela pode convencer seus financiadores a mantê-la à tona por um tempo, mas vai acabar afundando.
-Não há país inovador isolado do mundo. A energia empreendedora precisa de fronteiras abertas e estímulo para trocas e transações. Mas lembre-se: o mundo só vai confiar em você se você se provar confiável. A riqueza depende de reciprocidade. Silicon Valley é o ícone supremo da inovação, por sua cultura única de troca de informações entre engenheiros e pesquisadores (de empresas concorrentes!). Nem nos EUA há coisa igual. Os engenheiros mudam de emprego frequentemente, e ninguém liga por eles levarem segredos de uma empresa para outra. Direito à imaginação livre e competição baseada nela, imaginação.

O que garante o funcionamento do sistema operacional de países inovadores é a regra da lei (the rule of law). Um aparato jurídico que cuida para que as normas de convivência entre pessoas e instituições sejam seguidas por todos. Um funcionário mal remunerado de uma agência governamental americana pode processar Bill Gates e quebrar o monopólio da Microsoft. A corrupção é mantida em níveis mínimos. Em países inovadores, é legítimo e bom acumular posses individuais. O que é seu é seu. Direito à propriedade/ respeito à patentes é fundamental para induzir o investimento e a aceitação do risco por parte de pessoas e empresas. Mas países inovadores também penalizam fortemente os efeitos deletérios que a iniciativa individual possa trazer a quem não tem nada com isso. Não se admite nem pegar carona no esforço dos outros nem agir de forma a arriscar terceiros. Pirataria é crime sério. O início da reforma que está levando ao “capitalismo” chinês foi assim-os chineses passaram a ter direito de vender suas colheitas a quem pagasse mais. Países inovadores têm uma ética de trabalho arraigada, uma crença em melhorar de vida graças ao esforço pessoal. Meritocracia. A crença que a recompensa virá pelo esforço que cada indivíduo coloca nesse investimento. É assim que pensam as novas gerações de hindus e chineses que trabalham e estudam 15 horas por dia, sete dias por semana, ganhando muito pouco hoje, mas preparando-se para tomar conta do mundo amanhã. Em países inovadores a mentalidade “soma não zero” permeia toda a sociedade. Essa é uma norma cultural que diz que o bolo que existe hoje poderá crescer se houver colaboração. Minha vitória pessoal não se dá ás custas da derrota de outro. A mentalidade oposta, ”soma zero”, diz que o melhor é garantir logo sua fatia do bolo, antes que outro o faça. Não há visão de destino compartilhado, ganha quem tirar mais para si. Países inovadores valorizam a mentalidade científica e a racionalidade na busca de soluções; sociedades pobres tendem a abraçar o oculto e o mágico. Nessas,o religioso e o político se misturam. Acham que seu destino depende de salvadores messiânicos, ou da boa vontade dos deuses, não de seus esforços pessoais. Países inovadores têm lideranças mais pragmáticas, e menos ideológicas, que não hesitam em assumir posições impopulares para fazer o que deve ser feito. Países pobres têm versões diferentes daquilo que os antropólogos chamam de Big Men- lideranças truculentas que se impõe pela força, ou então populistas e carismáticos que manipulam a fraqueza e ignorância das multidões.Big Men se especializam em conchavos com grupos de interesse diversos, e seu objetivo único é ficar no poder (precisa de exemplos?).Finalmente, nas sociedades inovadoras há competição livre e um viés forte para experimentar e aprender com a experiência- uma forma saudável de se lidar com o erro. Sociedades não inovadoras tendem a se apegar ao certo, ao sem risco, ao garantido.

sábado, 20 de agosto de 2011

Informações econômicas agosto 2011

O crédito é uma das molas propulsoras da economia. Fazer divida é antecipar planos seja de consumo ou para comprar casa. O custo desta antecipação é a taxa de juro. O problema é quando o futuro maravilhoso não chega.


Dados


Crescimento do crédito no Brasil 61% - A. Latina 42%, Brics 35%, Países Euro 24%, EUA 4%
25% da renda dos brasileiros vai para pagamento dos empréstimos sendo 58% desse valor para quitar os juros dessa dívida.


O endividamento dos britânicos representa 171% do que eles ganham. Aqui o percentual é de 39%.


Consumo das famílias representa 63% do PIB


Volume de crédito triplicou em 5 anos


Taxas de juros para carro financiado no Brasil 30% - EUA 6% ao ano.


Taxas de juros do cartão de crédito no Brasil 8x maior do que no México, 12x do que na Austrália ou Reino Unido.


Razões para o carro brasileiro ser mais caro:
1. Falta de acordos comerciais para exportação impossibilitando a construção de fábricas de carros de      luxo (compactos são 65% do mercado)
2. Dólar valorizado
3. Custos de produção (40% maior do que no México, 60% maior do que na China)
4. Carga tributária
5. Encargos trabalhistas


Estima-se que em 2025, 25% das vendas de carros no país será de carros coreanos e chineses mesmo pagando 35% de alíquota de importação.


Política econômica atual:
1. Aumento de gastos públicos
2. Inflação
3. Câmbio vigiado

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Empresas gigantes não são boas em promover mudanças


Para guru John Kotter, processo da mudança precisa ser institucionalizado
São Paulo – Mudar é difícil, exige dedicação, esforço e boa dose de coragem para sair da inércia e romper padrões. Mesmo assim, mudar é necessário, principalmente dentro de uma organização que quer chegar ao topo ou se manter lá por mais tempo. O professor emérito de liderança na Harvard Business School, John Kotter, afirma que, até em empresas onde os resultados são positivos, a mudança é sempre necessária, diante da rapidez com que o mercado se movimenta.

No entanto, ele diz que as “gigantes” dificilmente sabem como adotar um processo de mudança, geralmente associado a um líder específico e quase nunca ligado à cultura da organização. Para ele, as companhias que realmente são experts na arte de se reinventar são as menores, que estão entre a primeira e a terceira geração a partir dos fundadores. Nesta semana, o guru vem ao Brasil para o Fórum HSM de Gestão e Liderança, mas, antes, falou com exclusividade a EXAME.com sobre como até as grandes empresas podem mudar.

EXAME.com - Por que as empresas e pessoas resistem tanto à mudança?
John Kotter - Por muitas razões. Primeiro, eles não veem a necessidade para isso, literalmente. De onde eles se sentam, todas as coisas parecem estar bem. Se eles veem a necessidade de mudança, pensam que ela precisa ser feita pelo outro, não por eles. Eu acho que as pessoas resistem à mudança porque elas não são confiantes em relação àqueles que falam sobre a necessidade de mudar as coisas. Resistem porque não entendem onde ou como mudar, pois seguem seus estatutos, discursos e documentos. Resistem porque um dia tentaram fazer algo novo, e, em contrapartida, seus chefes falaram “pare com isso”. Ou porque já tentaram ajudar seu departamento ou empresa antes, mas falharam e por isso ficaram muito céticos. Porque põem esforços mas não veem resultados, então, ficam cansados, não querem se esforçar mais. Enfim, porque é difícil.
EXAME.com – Há exemplos de grandes empresas que fazem mudanças constantemente?
Kotter – Você não conheceria a maioria das empresas que realmente são boas, porque são de médio porte. As empresas grandes tendem a mudar por um período de tempo, mas isso cessa, depois que o grande líder sai. As gigantes dificilmente conseguem mudar sempre. Quem mais faz isso são empreendedores de primeira, segunda ou até terceira geração, mas não são gigantes. A Apple é um gigante que inova muito, mas não sabemos o quanto dessa mudança realmente faz parte de sua cultura ou o quanto vem de Steve Jobs.
EXAME.com - Quais são as qualidades necessárias para uma pessoa guiar a mudança?
Kotter - Bons líderes tendem a ser bons para guiar a mudança, então, quase todas as qualidades associadas a bons líderes se aplicam. Pessoas que têm o desejo de desafiar as regras, desejosas de procurar novas oportunidades, trabalhar com outros para clarear a visão do que pode ser feito, tirar vantagens dessas oportunidades, com vontade e habilidade para comunicar muito e efetivamente, pessoas que não têm medo de dar poder a outros colegas, e têm a capacidade de inspirar outras e acabar com as barreiras que os impedem de comprar uma ideia e fazer acontecer.
EXAME.com – Quais são os passos para um líder criar um processo de mudança?
Kotter – Primeiro, o gestor deve criar um senso de urgência sobre alguma grande oportunidade, para ser visto e sentido por um grande número de pessoas. A partir disso, um poderoso grupo deve emergir, formado por pessoas de diferentes partes da organização e que sentem essa urgência. Neste segundo passo, as pessoas mais indicadas começam a trabalhar como um grupo, um motor poderoso para fazer algo acontecer. Depois, eles precisam clarear a visão de mudança: o que precisamos para mudar, como ela vai parecer daqui a alguns anos, como precisamos parecer daqui a alguns anos, como tirar vantagem das coisas que temos e que tipo de iniciativas temos que tomar para mudar?
EXAME.com – E depois disso?
Kotter – O próximo passo é dar suporte à comunicação e comunicar, comunicar, comunicar. Há milhares de jeitos diferentes para as pessoas comprarem a ideia e, quando isso acontece, você começa a agir. O passo de número cinco consiste em ajudar os integrantes do grupo a seguirem seu caminho, mover os obstáculos e sair da frente deles, para terem algum progresso. No sexto passo, é preciso garantir que você tenha grandes vitórias no curto prazo, para que a mudança que você propõe seja factível. É importante celebrar essas vitórias, recompensar as pessoas por trabalhar duro, pois isso diminui as tensões dos outros que, talvez, não estejam tão atentos ao que está acontecendo.
EXAME.com – E o próximo passo?
Kotter – No sétimo passo, você deve repetir todo esse ciclo de novo e de novo, reforçando o time, deixando-o mais forte, sempre checando as pessoas, as barreiras, recrutando mais gente para comprar a ideia, trazer outra vitória e trabalhando até que a mudança se torne realidade. Depois disso, é preciso lembrar que a mudança é frágil e precisa ser institucionalizada, absorvida pela cultura da empresa. Assim, você garante o fim de todas as barreiras que a instituição coloca para a mudança.
EXAME.com – A mudança é algo sempre bom, mesmo quando a empresa está em um momento positivo?
Kotter – É claro que você pode mudar as coisas de um jeito estúpido, mas, com a onda da mudança se movendo rapidamente, também por causa da tecnologia, está ficando cada vez mais perigoso não pensar sempre em como mudar e criar a nova versão dos processos, mesmo se você for o número um no seu negócio. Porque, se você não muda e outra pessoa muda, você sai da posição que está e se move para outro patamar pior em pouco tempo. Não é seguro não mudar. A mudança se torna mais forte a cada momento. Mesmo se você está indo bem, não importa, se você não muda, você começa a ficar irrelevante, a ficar menor.
EXAME.com – Qual é a relação entre a razão e o sentimento no processo da mudança?
Kotter – Muitos gestores tentam ser muito racionais, analisar situações, entender os problemas, descobrir soluções, pensar, pensar, pensar, mas há muitas mudanças que precisam ser feitas. A emoção é algo muito importante para a mudança. Quando as pessoas veem ou têm a experiência de algo que, de fato, afeta no modo como sentem, isso muda seu comportamento. Esse tipo de emoção é muito importante e isso não é algo ensinado nas escolas de negócios.

Fundamentos da liderança

John C. Maxwell numa de suas reflexões excepcionais diz “Muitas pessoas pensam em liderança da mesma forma como pensam em sucesso, pois esperam chegar o mais alto possível, subir a ladeira, conseguir a posição mais alta possível para seu talento. Mas, contrariamente ao pensamento convencional, acredito que, em liderança, o resultado final não é a que ponto chegamos, mas a que ponto levamos os outros. Isso se consegue servindo aos outros e agregando valor à vida deles. A interação entre líder e seguidor é um relacionamento, e todos os relacionamentos acrescentam ou subtraem algo da vida de uma pessoa”.

Esta visão é perfeita! Ela recorda o cuidado que é preciso ter com o impacto positivo ou negativo que toda relação causa – muito em especial na liderança.

Lembro-me de uma história que ouvi, certa vez, cujo cenário é um famoso circo. A Mulher Barbada e o Homem Mais Forte do Mundo se apaixononaram, e decidiram iniciar uma família. Logo, a Mulher Marbada ficou grávida. Poucas semanas antes de dar à luz, o diretor do circo veio visitá-la.

- "Como vai você?" o diretor perguntou: "Você está bem?"

- "Sim, obrigada. Sinto-me muito feliz", disse a Mulher Barbada, "Nós temos muitos planos para o bebê. Queremos ser pais participativos e orientadores".

- "Isso é realmente muito bom – diz o diretor. “Vocês querem um menino ou uma menina?",

- "Oh, não importa, desde que seja saudável", disse a mulher barbada, "e que se encaixe perfeitamente no canhão".

Assim como é quase impossível aos pais realizarem seus próprios sonhos ao definir a profissão dos filhos, um líder precisa, antes, conhecer as aptidões reais de seu pessoal a fim de alocá-los nos lugares onde conseguirão realizar seus potenciais e, assim, tornarem-se eficazes. Um líder verdadeiro, autêntico, sempre irá atuar no desenvolvimento de seus seguidores ou subordinados. Ele pode e deve ajudá-los quanto ao direcionamento de suas carreiras, aconselhando-os, mostrando rumos possíveis às suas aspirações e treinando-os para que sejam bons profissionais.
Em liderança, o resultado final não é “a que ponto nós chegamos”, mas “a que ponto nós levamos os outros”.

Leaps of imagination

Einstein was a smart, but the world is full of smart people.  What was different about Einstein that allowed him to come up with the theory of relativity?  Simple.  Einstein was able to take a leap of imagination. At the time, everyone believed that time was constant.  If you and I synchronize our watches and I wait on the ground while you take off and fly on a very fast space ship, it was assumed that when you came back our watches would still match. It was such a fundamental concept that no one even bothered to question it.
However, Einstein realized that something didn’t quite seem right. The basis of his uneasiness with the modern theories came when he was 16 years old and began to wonder, “what would a beam of light look like if you were traveling along with it at the speed of light?” This led to other questions.  ”If you are on a train going the speed of light and shine a flashlight backwards, would anyone be able to see it behind you?”  ”If you shine the light forward from the train, would anyone see it in front of you?” “If the light was directed in front of a train traveling at 2 times the speed of light, we should be able to observe some light traveling faster than other light on earth, but that does not seem to be the case.”
So if the speed of light didn’t change, it must be fixed.  But this introduces another problem.  Lets say you are on an elevator that moves up and down very rapidly.  You have a mirror on either side and “bounce” a beam of light back and forth and the elevator moves up and down.  To you, riding in the elevator, the light seems to be traveling the distance across the elevator.  However, to someone outside looking in, the light is traveling diagonally as the elevator moves up. So when measured from the outside, the light is traveling a longer distance in same amount of time than the light measured from the inside relative to the rest of the elevator.
Questions like this kept Einstein puzzled and most likely confused his friends.  One day, he thought,  ”If the speed of light is constant, what else can change?  What about time?” And that was the leap of imagination that set Einstein apart. It probably seems simple now, but it was a huge step forward and a fairly unintuitive conclusion.
Einstein was able to come up with an idea that was unencumbered by traditional knowledge, common sense and day to day experience. This was truly a leap and required a great imagination. In many ways it relied on ignoring information rather than simply acquiring more data.
Many break throughs both small and large are the result of similar leaps of imagination. This is often what people refer to as creativity–the ability to think about a problem from a completely different perspective in order to find a solution that would be difficult or impossible to achieve in a step by step fashion.
So how can you make leaps of imagination to solve problems? Obviously it isn’t easy, but there are a few things you can do to increase your chances.

Write down your assumptions

This is a lot harder than it sounds. The assumption that Einstein finally questioned was something so basic that it wouldn’t have even made sense to list as an assumption. Listing your assumptions can help you recognize the constraints that you are placing on your thought processes.

Pretend you are someone else

This may sound silly, but pretending to be someone else can help force your mind to approach the problem from a different point of view and help you avoid getting stuck in a single channel of thinking.

Consider the opposite goal

Lets say you are trying to figure out a way to increase sales at your company.  Instead of thinking of ways to increase sales, consider what you could do to reduce sales. This lets you better identify the variables that are associated with your end goal. Not every idea is going to be effective, but this process can help you find ideas that you’d overlook when approaching the problem from normal direction.

Make the problem tactile

Getting the problem into a form where you can touch and feel it is a powerful way to develop new ideas and new approaches.  For example, you might reduce the problem to something that can fit on note cards, you might build a small model, etc.  Anything you can do to let you look at the problem from a different point of view will increase your chances of having a leap of imagination to solve the problem in a novel way. Getting the problem into a form where you can touch and feel it lets your brain approach it in a physical spatial sense and can suggest solutions, analogies and approaches that will be difficult to come up with when it remains abstract.

Visualize in a different way

Can you graph the problem? Can you overlay it on other information that will help you spot trends?  Can you colorize the data in ways that will reveal patterns and similarities? Giving your brain a new way to look at a problem is often the best way to avoid a rut and generate new ideas.

Conclusion

Being smart is good, but real geniuses know how to use leaps of imagination to generate creative solutions to problems.  It isn’t an easy thing and there aren’t really any short cuts, but being aware of what you are trying to achieve can help you take steps to generate creative ideas and avoid getting bogged down with preconceived ideas and faulty assumptions.

Conceito de resultado

A.Shapiro
Fala-se em remuneração por resultados, gestão por resultados etc. Isto pressupõe que todos saibam o que significa “resultado”. Mas será que sabem? Grande parte das pessoas só finge saber. E elas vão “tocando” a vida deste modo. É até comum, pois quase ninguém gosta de confessar que ignora algo. Exceto gente sábia ou humilde, que diz: “Desculpe, eu não sei isto. Pode me explicar?”.

Vamos ao nosso objetivo. O que é resultado? É a habilidade de dar uma resposta a um desafio. Explico melhor: pense num desafio imposto pelo ambiente sobre uma pessoa. A atitude de dar uma resposta a este desafio irá produz um resultado. Podemos expressar isto através de uma fórmula, ela seria:  Resultado = (habilidade de resposta) – (desafio imposto pelo ambiente). Se o desafio for maior que a habilidade de resposta, o resultado será negativo. Mas, se a resposta for maior que o desafio, o resultado será positivo.

Todo mundo deseja produzir resultados positivos. O que fazer? Ou se reduz o desafio do ambiente ou se aumenta a habilidade de resposta. Por exemplo: se você tem um compromisso às 9hs e deseja chegar a tempo, seu grande desafio é o trânsito caótico por volta das oito e meia. Portanto, se você almeja o resultado de chegar na hora marcada, você deve responder à altura do desafio, isto é: sair mais cedo ou alugar um helicóptero – se estiver dentro das suas possibilidades – já que reduzir o desafio do trânsito às oito e meia é quase impossível. Outro exemplo. Se estiver chovendo e você não deseja se molhar, ou você diminui o desafio imposto pelo ambiente – fazer a chuva parar – ou você reage com uma resposta adequada, isto é, usa um guarda-chuva ou uma capa.

Como se vê, dar uma resposta aos desafios que nos sobrevêm a cada instante é o conceito mais prático de resultado. Se quisermos acumular resultados positivos, teremos de emitir respostas ativas, atitudes, que superem os desafios. Esta é a saída.

Meu filho não merece nada

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
ELIANE BRUM

Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua(Globo). 
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)
 

Valores e conceitos

Por Padre Evaristo Debiasi
Sempre que o ser humano se esqueceu dos verdadeiros valores da vida, a humanidade se empobreceu, afirma o antropólogo Berdiaeff. O psicanalista Caruso chama a isto de tragédia existencial e o Dr. Viktor E. Frankl de enfermidade noológica, que caracteriza a falta de sentido de vida, pela ausência de uma razão de ser.
Falar em casamento e em família do mesmo modo para heterossexuais e homossexuais, embora se anuncie como uma grande conquista de nossos dias, merece sérios questionamentos.
Não se trata de negar a mesma e substancial igualdade de todas as pessoas perante Deus e perante os homens. É dever de todos proteger e defender a dignidade, valor e direitos de cada pessoa, independente da classe, da cor, da etnia, do sexo ou do credo. Entretanto, no exercício da cidadania, devemos reconhecer e defender a diferença entre as pessoas, levando em consideração o respeito dos princípios e dos valores fundamentais da sociedade humana como patrimônio e herança da humanidade e não de uma determinada cultura ou modo retrógrado de pensar.
Nenhuma ideologia, religião e mesmo democracia se justificam em si quando os verdadeiros valores da pessoa humana são questionados. "A democracia precisa da virtude, da ética, da verdade e da defesa dos verdadeiros valores da vida se não quiser ir contra tudo o que pretende defender e estimular" (João Paulo II). Continua o Papa dizendo: "Infelizmente os meios de comunicação se acostumaram a dizer mais o que agrada aos ouvidos humanos do que apresentar a verdade exigente das coisas". (João Paulo II - Esplendor da Verdade).
O exercício da verdadeira cidadania nos garante a liberdade e o direito de questionar decisões tomadas quando ferem o sentido mais profundo dos conceitos fundamentais da sociedade, tais como os conceitos do casamento, da família e da adoção. Não se pode excluir ninguém. Mas não basta buscar justificativas nas leis de uma constituição nacional para questionar e mudar conceitos existenciais da vida. Estes valores dependem da natureza humana e estão acima das decisões de pessoas e mesmo de uma constituição. Não é lícito mudar o sentido dos conceitos base da sociedade porque muitos agora pensam assim ou para legalizar interesses de classes e de pessoas ou de uma determinada cultura. "A diferença sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural" (CNBB 11/05/11).
A mudança de conceitos básicos da vida humana tem consequências sérias na construção da verdadeira cidadania e democracia. O que está em jogo é a própria noção da entidade família e do verdadeiro sentido do amor humano, que estão acima de qualquer lei ou modo de pensar particular, mesmo que se trate de uma lei aprovada por legisladores do Supremo Tribunal Federal. "Equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma". (CNBB.11/05/11).
Não estamos contra nenhuma pessoa ou minorias, pelo contrário, apenas se trata de defender o valor da vida e das instituições base da sociedade humana. A Igreja, apesar de seus limites e erros durante a história, foi e é a instituição que mais defendeu e buscou promover os verdadeiros valores da vida, pondo-se a serviço de todos, particularmente das minorias, dos mais pequeninos e feridos da terra. Ninguém pode negar esta verdade. E mais, a Igreja não interpreta os valores do casamento, da família e da vida apenas pela ótica das chamadas conquistas humanas, das leis civis, dos interesses de grupos ou pelos valores culturais de um tempo, mas também sob a luz da verdade que brota da revelação que nos vem de Deus e dos Evangelhos, dos quais se considera guardiã. Isto faz com que a Igreja tenha uma posição diferente quanto ao casamento, família e adoção, defendendo sempre as justas aspirações e direitos de proteção jurídica de todas as pessoas de uma sociedade.
Numa democracia se respeita e se defende a liberdade de expressão de todos. Como cristãos e cidadãos temos o direito, o dever e a liberdade de expressar nossa discordância no modo de pensar, de ver e de defender o casamento e a família. A independência da Igreja e do Estado é algo salutar e benéfico, mas, tanto a Igreja como o Estado têm a obrigação de defender os valores base de uma sadia sociedade democrática.
A Igreja não declara guerra a ninguém, mas questiona por princípio e por convicção que os conceitos da família, do casamento e da adoção sejam aplicados e entendidos do mesmo modo para héteros e homoafetivos.  Sem a crença dos valores, particularmente sem Deus, tudo se torna justificável e infelizmente possível. "Quando o homem se põe como medida de todas as coisas, converte-se em escravo de si mesmo" 

Não é fácil mudar

Abraham Shapiro

Era uma vez um bom homem que saiu pelo campo e encontrou uma raposa quase morta. Tomou-a em seus braços, trouxe-a para casa, cuidou dela, amparou-a e desenvolveu o apego que se sente por um animal de estimação.

O homem acreditava que ela continuaria vivendo junto dele, afinal recobrara a vida a seu lado e, por isso, teria gratidão e consideração.

Os dias passaram. Numa bela manhã, já com o vigor fortalecido e sua natural astúcia recuperada, a raposa levantou-se de seu repouso, saiu no quintal da casa e viu que havia uma brecha na cerca. Por alí, numa corrida desenfreada, bateu em fuga, embrenhando-se de volta à floresta.

Ao dar por sua falta, o homem se entristeceu e esperou que ela voltasse, sem sucesso. Contudo, sempre que escasseava a comida na floresta, ela rodeava a casa, fingia apego e fidelidade ao homem até que ele lhe desse alimento. Após saciar-se, ela sumia de novo, em busca dos seus hábitos.

Esta fábula mostra que os animais agem por um impulso interior inconsciente chamado instinto. É quase impossível mudar um instinto animal.

As pessoas podem mudar. Mas elas só mudam quando querem.

Mudança requer, primeiro, consciência. Depois, visão de necessidade ou de benefício. E por fim, energia em busca do resultado.

Por conveniência ou dificuldade momentânea, o indivíduo pode assumir papéis que pareçam mudanças. Mas ao superar estes obstáculos e conseguir o que deseja, ele tende prontamente a retornar a seu estado natural, pois isto o satisfaz. O que é natural não exige esforço de desempenho.

Gratidão e outras virtudes exigidas pela boa educação e eficácia profissional não são inatas em ser humano algum. Para adquiri-las, é preciso esforço e persistência.

Pensando nisso, não é de admirar que o mundo esteja como está.

Planejamentos não existem

Talvez alguns rapidamente rejeitem a leitura do post. O choque é válido porque os planejamentos realmente não existem quando falham na implementação.


Planos estratégicos fracassam numa frequência incrível. Já vi muitos bem elaborados e cheios de detalhes realistas. Assim mesmo fracassaram. Por quê?


Antes, talvez devêssemos analisar as razões por que as organizações precisam de um planejamento. Qualquer estudante de administração saberá dizer. Primeiro: para garantir sua sobrevivência. Segundo: para criar e fortalecer vantagens competitivas. Terceiro: para obter retornos maiores que seus concorrentes.


Agora sim: por quê os planos estratégicos fracassam?


Ora. Um plano é como um mapa. E um mapa não é o território que ele representa. É preciso ter a habilidade de pô-lo em prática. E depois, de ter flexibilidade. Isso precisa ser dito, pois executivos planejadores são quase sempre rígidos demais. Demoram ou não conseguem transigir com as soluções exigidas pelas novas e atuais realidades dos negócios. Não reagem à altura do que se exige ou se espera.


Logo, a verdade mais impactante e incômoda sobre os planos é: "Planejar é uma coisa; realizar é outra". É a mesma distância entre ter intenção e agir. Quando se planeja tem-se a impressão - e o desejo - de que tudo dará certo. Mas aí, os vícios das pessoas e os da empresa tornam-se os obstáculos à sua concretização. Do que estou falando? Refiro-me aos "feudos" criados pelos diretores e gerentes, do pensamento bitolado, da falta de interesse no cliente e na qualidade... e de tudo aquilo que você conhece bem - porque está na sua e em quase todas as empresas do planeta. Vamos incluir nessa lista o despreparo dos colaboradores pela ausência de treinamentos - não só no chão de fábrica ou na administração, mas em toda a hierarquia. Geralmente só a cúpula sabe da estratégia. Os colaboradores não sabem de nada, e é precisamente por isso  que não assumem sua parcela de responsabilidade individual na estratégia.


Como mudar este quadro? Falar - ou escrever - é fácil. Requer muito trabalho duro, suor. Talvez  este espaço seja curto. Mas algo essencial é pontuar a necessidade de boas e intensas práticas em  comunicação interna e treinamento do pessoal em cada ponto do plano que se deseja implantar. É isso!


Planos são importantes, sim. Mas quando primam pela beleza mais que pela utilidade  praticidade, viram peças intocáveis e incompreensíveis. Não se sustentam. E a mais, quando nestes moldes, levam a empresa a lugar algum e custam um monte de dinheiro. Sem  sabedoria e comprometimento não passarão de um mero desencargo de consciência dos que os promovem. 


Dicas para planejar:
1. Ter metas realistas.
2. Revisar sempre.
3. Encontrar sempre um alvo motivador a superar (como o concorrente...)
4. Diversificar receitas.
5. Diversificar canais.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

13 perguntas que você pode ouvir de um investidor


Saiba como se preparar para não perder a chance de dar um grande passo no seu empreendimentos


Insegurança e desconhecimento sobre o próprio negócio podem anular a intervenção de um investidor
São Paulo - Você está preparado para defender sua ideia diante de um investidor? Se você conseguiu prender a atenção de um deles, não desperdice a oportunidade. Prepare-muito bem para demonstrar que tem capacidade para fazer sua startup dar certo, com estratégias na manga para driblar imprevistos e crescer no mercado. Confira a seguir as perguntas que você deve estar pronto para responder nesta conversa, que poderá definir o futuro do seu negócio. 
1. O que você já fez para a sua empresa sair do papel?
Ganha pontos com os investidores quem mostra que já começou a trabalhar no projeto, mesmo recorrendo ao apoio de familiares e tendo pouco, ou nenhum, retorno financeiro inicial. Se esforce para fazer o que já estiver ao seu alcance. Aos olhos de quem tem o dinheiro, é uma prova de que você acredita na sua ideia. “Ideia boa qualquer um pode ter”, comenta o sócio da Performa Investimentos, Humberto Matsuda.


2. Quanto você conhece sobre o setor que o investidor aplica?
Não é qualquer investidor que vai aceitar ajudar sua startup. Os investidores normalmente têm experiência e interesse em determinados setores específicos, portanto é importante avaliar o histórico de empresas nas quais ele já investiu para entender por quais ramos ele se interessa. Assim, você aumenta suas chances de conquistar sua atenção e confiança.
3. Sabe quais os riscos do seu empreendimento e as estratégias para contorná-los?
Subestimar os potenciais obstáculos - ou até mesmo desconhecê-los - é um erro frequente de quem começa um negócio. Mostre aos investidores que você está ciente dos riscos e que você tem um plano para contorná-los.
4. Tem conhecimento sobre o mercado em que pretende atuar?
Muitos empreendedores chegam ao investidor para apresentar uma ideia que consideram revolucionária apenas para descobrir que alguém já fez antes e melhor. Faça uma boa análise do mercado em que você pretende atuar mapeanod tendências e possibilidades de crescimento ou declínio. Conhecer o potencial dos concorrentes, diretos e indiretos, também é indispensável.
5. Quem faz parte da sua equipe?
Demonstre que quem está com você nesta ideia tem disposição para crescer e capacidade de aprendizado. Equipes mistas - com um sócio mais técnico e outro com visão de negócios, ganham pontos com alguns investidores, como Edson Rigonatti, sócio da Astella Investimento. Ter pessoas que já passaram por outras startups em atividade no mercado também é interessante para os investidores.
6. Está disposto a ceder quanto da sua empresa e por quanto?
O investidor entrará com o dinheiro, mas exigirá participação no seu negócio. Você já calculou o quanto está disposto a ceder? Faça uma avaliação realista  para identificar os limites de negociação - qual o mínimo de dinheiro que você precisa e o máximo que está disposto a ceder. A avaliação de uma startup se dá nesta negociação, portanto vá muito bem preparado para defender cada porcentual da sua participação no negócio, mas mantenha os pés no chão - achar que o seu negócio é o mais valioso do mundo pode atrapalhar o processo.

7. Está disposto a prestar informações, se reunir periodicamente e acatar as orientações para o seu negócio?
Ter um investidor na sua startup é uma via de mão dupla. O interesse e esforço pelo desenvolvimento da empresa são mútuos, já que o objetivo é o mesmo: o lucro. O nível de participação varia em cada caso, mas você terá que entregar relatórios e ouvir as dicas de quem está apostando na sua ideia. Os investidores valorizam a capacidade de aprendizado do empreendedor, portanto, você deve se mostrar aberto ao diálogo.

8. Quando seu negócio vai dar lucro?
Planeje em quanto tempo o seu empreendimento deve começar a gerar retorno. É claro que o que está no papel não necessariamente acontecerá exatamente como previsto, mas é importante ter uma noção de como a receita deverá crescer e em quanto tempo será possível atingir o lucro.
9. Qual o potencial de crescimento da sua empresa?
A startup pode ter um diferencial atualmente, mas vale analisar até quando ele deve se sustentar e quais as possibilidades de atuação futuras, visando a expansão da empresa.

10. Qual problema sua ideia resolve?
Seu produto ou serviço pode parecer revolucionário à primeira vista, mas se ele não responder a uma necessidade do consumidor, dificilmente vai pegar. Você pode achar que criar um site para vender margaridas online é uma ideia incrível, mas se as pessoas não tiverem interesse em comprar margaridas pela internet, seu site dificilmente vingará.  
11. Como você vai ganhar dinheiro com a sua ideia?
É importante ter em mente um modelo de negócios, ou seja, saber como você vai faturar com o seu produto ou serviço. Se você tem um site sobre dietas, por exemplo, você pode faturar vendendo assinaturas (só entra quem pagar), ou pode optar por faturar apenas com anúncios, deixando o conteúdo livre para todos os usuários, ou ainda vender planos personalizados de dietas, mantendo o conteúdo mais geral aberto. Você pode até combinar todos essas alternativas, o importante é mostrar ao investidor que você sabe como pode faturar com a sua ideia.
12. Para que você quer esse dinheiro?
Descubra a necessidade financeira para você dar o grande passo na sua startup. Calcule custos para aumentar a base de clientes, contratar pessoal e desenvolver a plataforma.
13. Qual o valor da sua ideia para o cliente?
Identifique o que o cliente irá considerar para querer adquirir seu serviço ou produto: qualidade, conveniência, lazer, economia de tempo ou relações sociais, por exemplo.